Primeiro microchip do mundo será leiloado para colecionadores particulares
Christie’s, o maior leilão de arte do planeta, revelou na última terça que vai leiloar um dos protótipos do primeiro microchip do mundo. Desenvolvido por Jack Kilby no laboratório Texas Instruments em 1958, a ideia foi premiada com um Nobel retroativo no ano de 2000 — afinal, o circuito integrado de Kilby (IC) foi o principal responsável pela era da computação moderna.
O IC fez 50 anos em 2008 e é hoje em dia uma parte fundamental de todos os aparelhos eletrônicos, como computadores, smartphones, tablets, televisores, carros e cartões de crédito. Sua composição é quase inteiramente feita de silício, contando com um semicondutor, com milhares de pequenos capacitores, resistores e transistores. Sua primeira versão também apresentava alguns componentes de ouro e chumbo.
O primeiro microchip foi construído por Tom Yeargan (1920 – 2001), membro da equipe responsável por executar as teorias de Jack Kilby e trazer a miniaturização para os microchips na era dos computadores gigantes. O chip está guardado em um pequeno vidro, em uma caixa de plástico assinada por seus criadores. Junto com ele também existe um outro protótipo, um circuito de silício com cabeças de ouro e platina, além de um pequeno texto de três páginas sobre as ideias e motivações que levaram à construção do microchip, datado de março de 1964.
Estima-se que os protótipos sejam leiloados por um preço que deve variar entre 1 e 4 milhões de dólares.
A evolução do microchip
Em maio de 1959, a descoberta foi anunciada ao público. Mark Shepherd, líder do departamento de semicondutores, chamou a criação de “o produto mais importante desenvolvido no Texas Instruments desde que divulgamos a disponibilidade comercial de um transistor de silício”. De acordo com a esposa de Kilby, o engenheiro nunca clamou pelo crédito da invenção sozinho, sempre atribuindo-o a Pat Harbrecht, Yeargan e dezenas de engenheiros e cientistas ao redor do mundo.
Desde aquele período, o microchip mudou significativamente de preço. Se o primeiro tinha um custo de produção de 450 dólares, hoje já é possível produzir a mesma coisa por menos de dez centavos. Os primeiros chips eram dependentes de tubos de vácuo, que eram grandes, caros e costumavam aquecer muito rápido.
Além disso, chamados de SSI (small scale integration), eles continham apenas algumas dezenas de transistores, na década de 80. Com os LSI (large scale integration), esse número chegou na casa dos milhares. Nos dias de hoje, os chips VLSI (very large scale integration) conseguem carregar bilhões de transistores.
O poder de processamento de um chip de silício se desenvolveu em escala de acordo com as previsões do fundador da Intel, Gordon Moore, que alegou que o número de transistores que pode ser alocado em um chip pelo mesmo preço é dobrado a cada dois anos. O truque é a constante diminuição do tamanho destes transistores, mas atualmente os cientistas já especulam se não estamos alcançando um limite para esse processo.
De acordo com a Intel, estamos presenciando um renascimento de nosso conceito de “microchip”, que agora empregará modelos de construção em 3D — ao contrário dos transistores colocados em camadas sobre a placa de silício, o que tem sido o padrão até os dias de hoje. Os novos chips serão feitos de nanotubos de carbono e avançarão a nossa tecnologia para a era da computação quântica.
FONTE(S)
LEITOR COLABORADOR Victor Misael, Hebert Leandro
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